FÉRIAS EM MARCELINO VIEIRA
Cidade dos meus pais, que teve antes, dois bonitos nomes : PANATÍS e VITÓRIA e por politicagem barata, foi trocado para Marcelino Vieira, nomes de família.
Nunca gostei do fato de cidades, ter nome de pessoas e nem tão pouco de colocar nome de políticos ou figura histórica em suas ruas e praças, aí sim! acho correto colocar nomes de pessoas que ali viveram e todos conheciam, Antonio Tutin, José Messias, Isaura Marcelino, Alexandre Nonato, Cazuza, Pedro Cardoso etc. apenas para exemplificar, perpertuando o nome desses na sua decendência
Nesta cidade morava a maioria dos meus familiares, avó, tios (as) e muitos primos, haja vista que meu avó materno teve 31 filhos, dos quais 21, viveram até idade adulta e meu avó paterno 10. Portanto ir para Marcelino Vieira era uma festa, muito doce, muito bolo e umas moedinhas caindo no bolso, mas acima de tudo a continuidade da vidinha que eu levava em José da Penha, banho de rio, açude, caça, pesca e brincadeiras mil.
Geralmente ficava na casa de tio Tarcizio casado com Evilásia Medeiros, a quem por hábito chamava de tia, e aqui abro um parentese, a pessoa mais calma e paciente que já conheci e de uma bondade imensa, se eu tivesse que escolher uma segunda mãe entre as mulheres dos tios, a minha escolha era tia Evilásia!
Eram muito os primos que eu tinha com idade parecida com a minha, dois anos para cima ou dois anos para baixo :Gilson, Gilberto, Lisboa, Nonato (Paiva Lopes), Nonato de tio Jamir, Dedé de Dedeca (primo do coração), Anchieta, Canindé Vaqueiro, além de muitas primas.
Nonato (Paiva Lopes) era mais preso, Nonato de tio Jamir, muito precoce, quando tinhamos vergonha
de muitas coisas, ela andava com uma caixa de fósforo no bolso, dizendo que era a coleção de pentelhos das namoradas, só que não abria nunca, quando pedia-mos para ver.
Na realidade os primos com quem mais brincava eram: Gilberto (o numero um), Gilson, Dedé de Dedeca e Canindé, além dos amigos Benomi Sampaio e Felipão (in memorian).
Quando não estávamos bricando, eu ia para casa do meu avó, Papai Toinho, que tinha uma banca de carteado, e ficava peruando. Aprendi a jogar pif-paf e buraco com 5 anos e herdei muitos baralhos de pouco uso. As vêzes meu avó ficava na rede a balançar ou lendo e eu assumia a mesa de jogo, tirando a casa ( uma ficha como pagamento por uso do espaço e serviço, água café etc)
Algumas brincadeiras eram diferentes das que tínhamos em José da Penha, como o "esplandim" que tinhan como objetivo derrubar uma caixa de fósforo, colocada a uma distância de aproximadamente 10 metros, com uma tampa de lata de querosene "jacaré" cujo formato e tamanho era como uma moeda de um real. Colocada a tampa na coxa, logo acima do joelho, flexionava um dedo indicador com o indicador da outra mão, retraindo para trás e soltando de vez, impulsionava a tampa com tal velocidade, que parecia planar. A aposta era figurinhas, estampas eucalol (saudade) ou dinheiro de carteira de cigarros vazias.
Fui crescendo, entrei na adolescência, vieram as namoradinhas e continuei indo passar férias ou festa de Santo Antonio, padroeiro da cidade e em uma destas o meu ego ficou a mil. Estudava em Pau dos Ferros e namorava com uma vieirense, Ilma Correia, garota lindíssima! Cheguei para a festa, um dia antes do que ela, e estáva na praça do pavilhão, juntamente com uns dez amigos, quando ela despontou na esquina cada vez mais bonita, foi uma zoeira só, uns diziam ou dona boa, outros que iriam namorar com ela, quando chegou bem próximo, fui ao seu encontro, dei um grande abraço e beijo, e juntinhos saimos a caminhar...
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