REVISTAS E JORNAIS TINHAM PERNAS
Papai era assinante do centenário jornal O MOSSOROENSE e da fantástica revista O CRUZEIRO da qual tornei-me leitor muito cedo, e quando maior, fã incondicional das colunas de Raquel de Queiroz, David Nasser e o amigo da onça de Péricles.
Ambos chegavam através do misto de Tozinho, a revista com atraso semanal e os jornais em lotes, com 3 a 4 dias de atraso.
Depois de lida, O CRUZEIRO, circula por várias casas da cidade, até mesmo por aquelas que não tinha ninguém alfabetizado, apenas pelo prazer de ver as propagandas de carros, eletrodomésticos, perfume, calçados e roupas, as quais copiavam para o traje de festa do padroeiro, São Francisco. e sonhavam em adquerir um dia, algum produto, ali anunciado.
Seguiam em roteiro pré estabelecido, da casa de fulano para sicrano etc. etc. sendo que a primeira era a de Mariquinha, casada com Eusébio, que colocava uma capa com papel de embrulho, colada com grude de goma.
Se acidentalmente uma folha era rasgada, quem estava recebendo, já corria lá para casa para mostrar.
Era o inicio da industrialização em massa no Brasil, as novidades eram muitas, e os anuncios chamavam a atenção, principalmente os de carros, tipo: Aero Willys, Simca Chambord, DKV, Caminhões Chevrolet Jandaia e FNM.
Já alfabetizado, viajava algumas vêzes com meu pai a Mossoró e tive meu primeiro contato com os gibis, como êle vinha todos os mêses para a reunião da empresa fazia uma lista de nunca menos de dez, para receber dois ou três.
Tarza, Bufallo Bill, Zorro, Bill Kid, Bill Elliot, O fantasma, Roy Rogers, Lanterna Verde, Batman. Jim da Selva, e muitos outros, que igualmente circulava nas mãos dos jovens já alfabetizados.
Com o rádio e eu já doutrinado pelo padrinho e tio Miguel Marcelino, com acessoria do meu muito admirado e querido primo Deinho, fiz do VASCO uma grande paixão, ouvindo todos os jogos e passei a colecionar a REVISTA DO ESPORTE, que também tinha pernas.
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