segunda-feira, 23 de julho de 2012

CAGARAM NO CACIMBÃO!

A exemplo das maiorias das cidades do nordeste, José da Penha, tinha uma grande dificuldade de encontrar água doce para consumo humano.
Transportando em carroças pipa, com tração animal, algumas pessoas ganhavam a vida vendendo água que traziam do açude do velho Dácio, que normamente secava antes do próximo inverno, ou do grande açude do Angicos, mas que ficava a 6 km. da cidade.
Quem não podia comprar, abastecia a própria casa com  ancoretas, transportadas em lombo de jumento ou de galão, em ombro humano, e as vêzes algumas mulheres, com lata d'agua na cabeça.
Algumas pessoas tinham caçimbas ou cacimbões em suas propriedades, mas geralmente a água era salobra.
A água, era armazenada em potes de barros, sobre uma cantareira, espécie de mesa comprida e sem tampo, com divisões para acomodar com segurança os potes.
Usavam uma concha de alumínio, cujo formato era de um grande copo, para retirar a água e servir nos copos, mas a maioria das casas era improvisados catembas de coco ou cuias.
Como nem todos tinham o cuidado de coar ou ferver a água, era comum na hora de servir, cair alguns martelos (girinos) nos copos, que vinham em forma de ovo e eclodiam, já nos potes.
Depois de muitas tentativas, com muita sorte, a prefeitura conseguiu cavar um grande cacimbão com excelente água doce, praticamente dentro da cidade. Foi um presente maravilhoso, para a população. Dotados de boas veías, quanto mais tiravam, mais água fluía.
Certa feita, acompanhando meu amigo Toinho de Bizé (IN MEMORIAN), que fora pegar água para abastecer a casa, deparamos com o inesperado: haviam defecado dentro do cacimbão, e lá estava a navegar em águas calmas, aquela ruma de merda!
Voltamos com as ancoretas vazias, e ao chegar em casa, foi logo contando o ocorrido ao pai, que pronamente ordenou : VOLTA E VAI PEGAR A ÁGUA, QUANDO DESTRIBUIR AQUELA MERDA COM O POVO DA CIDADE, VAI DAR UM TIQUINHO DE NADA PARA CADA UM.
Ordem cumprida!

Um comentário:

  1. hauhauahuahauhau
    essa história eu já conhecia, mas não tem como não rir de novo.

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