TETÊ, A POLIVALENTE
Além das inumeras tarefas domésticas, a grande prole, para criar, para quem cozinhava e costurava as roupas, verdade, que tinha ajuda das irmãs de criação Iris e Luiza, que se alternavam lá por casa e de tia Talzinha, mamãe era a faz tudo!
Médica, parteira, cabelereira, professora de corte e costura, desingner, ditadora da moda, pois trazia as novidades de Mossoró, consultora para assuntos aleatórios, e proprietária de um hotel, o qual nunca entrava um centavo, pois não passava um só dia, que não tivesse alguém de fora para almoçar ou pernoitar em nossa casa.
Esta prática ficou mais restrita, depois de um fato de natureza gravíssima. Apareceu lá por casa uma jovem, forte e bonita senhora, a quem alimentou e como estava a precisar de alguém para ajudar, perguntou se não queria trabalhar. Convite aceito, tudo corria bem, quando a polícia chegou para prender a moça, que havia trabalhado em uma casa e quando o casal veio para almoço, ela foi logo dizendo: o leitãozinho, está uma delícia! havia assado o filho do casal no forno, tinha crises de loucura e alucinações periodica. Já pensaram, quantos leitãozinhos, tinham lá em casa!
Certa feita trouxe de Mossoró a moda da saia plinsada (ou seria pinsada?) e a forma para dar moldes ao tecido, que parecia um fole de sanfona, em que os tecido era colocado uniformemente em cada dobra, e depois amarrado fortemente e posto sob pesos por três dias, para que ganhasse forma. A casa parecia uma feira, com tantas mulheres para conhecer a novidade e encomendar o seu plinsamento. Como o processo era muito lento, saiu de moda e ainda havia mulheres encomendando a sua.
Em outra oportunidade, levou "bobys" para ondular os cabelos, embora não combinasse com os delas que eram meio aramado. Coisa mais horrível! as mulheres da cidade, dia e noite com a cabeça cheia de bobys.
Quando chegava o período da festa, desenhava as roupas para as moças da cidade, baseado no que viu lá fora, e ía a Mossoró para comprar tecidos e calçados para todas. Media o pé de cada uma em tirinhas de papel e escrevia o nome da encomendante, com a cor e altura desejada.
O jeep vinha lotado, nunca menos que 50 pares, que ela espalhava pelos cantos de parede da sala, com o nome e o valor da compra, que era cobrado exatamente o que pagou, a unica coisa que lucrava, com tanto trabalho, era alguns brindes em calçados, para os filhos.
Tomava conta ainda da casa paroquial, ajudava na igreja e nas comemorações que por acaso houvesse.
Com tudo isto, estou para ver uma mãe que cuidasse tão de seus filhos, com muita autoridade e um cabresto bem curtinho, mantedo-os higiênicamente limpos, alimentados, e aptos em boas maneiras e
arre! VERMIFUGADOS.
Que mania! a cada 6 mêses, limonada purgativa, sal amargo e piperazina, para matar os vermes e limpar o intestino. Uma ruma de meninos (as) em um quarto, cada qual com seu pinico, sobre esteiras de palha, a cagar de quilo! e ela insistido para que víssimos as velinhas brancas que dizia ser oxiuros, e que nunca enxerguei!
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