quinta-feira, 4 de outubro de 2012

SÃO FRANCISCO DE ASSIS, MEU SANTO PADROEIRO

A festa do padroeiro, era o momento mais aguardado do ano, por todas as faixas etárias dos moradores da cidade, que se preparavam o ano todo, para o novenário e o grande dia do baile.
Gente pobre, que economizava, o seu pouco dinheirinho, para comprar, a roupa da festa, que geralmente, era a unica que conseguia comprar, o ano todinho, e seria usada também, no Natal, Ano Novo e em qualquer outra ocasião festiva.
Ao aproximar-se o evento, minha mãe virava consultora de moda, e compradora oficial de quase todos os sapatos e tecidos das moças da cidade. As revista O CRUZEIRO, da qual meu pai era assinante, eram folheadas sofregamente, a procura de modelos e inspiração para o vestido.
Durante o novenário, era grande a movimentação de moças, rapazes e crianças, que terminada a novena, prolongavam um pouco o horário de dormir, na paquera e brincadeiras, enquanto que os casais, formavam rodas de bate papo no patamar da igreja.
Durante o dia, o comércio, tinha um movimento bem maior, aonde todos ganhavam, desde o engraxate, Sr. Antonio Soares, vulgarmente conhecido por Antonio Macaco, até as banquinhas de bugingangas, doceiras, aviamentos, e joias.
Nas ultimas noites, as barracas e leilão, que culminava com o baile de gala, do grande dia!
Para aumentar a participação e disputa, eram criados os partidos, representandos por sua rainha, cuja vencedora, seria aquela que conseguisse arrecardar mais. De nomes vermelho, e azul ou borboleta e beija-flor, saiam a pedir prendas para os leilões e colocar fitinha identificadora da torcida, com alfinete, em lapelas de camisas, dos doadores.
A cidade ganhava um grande numero de visitantes: filhos ausentes, parentes, devotos e pequenos mercadores, que traziam muitas novidades, para a alegria de todos.
As esposas e filhos menores dos sitiantes, que dificilmente vinham à cidade, felizes e admirados com tantas novidades, não perdiam a oportunidade de registrar a ocasião, tirando foto com o lambe-lambe, com o pano de fundo, com a imagem de São Francisco de Assis.
A presença da banda de musica, a tocar a alvorada, as novenas e o baile, chamava à atenção de todos, e muitos saiam a acompanhar o seu percurso, da sede improvisada, até a igreja. Meu pai, era um destes, ficava abobalhado com a banda, parecia uma criança.
Era motivo de de muito orgulho hospedar um musico na sua casa, mas tinha aquelas casas que hospedavam vários: André Leite, Osório Estevão e a nossa. Durante os leilões, como forma de agradecimento, arrematavam prendas, bebidas e tira gosto, para os musicos.
A minha festa inesquecível, foi quando ficando rapaizinho, fomos uma turma, pedir prenda nos sítios, e iniciei a minha primeira paquera, com Gracinha, filha do casal amigo, Vicente e Mundica.
HOJE, 04 DE OUTUBRO, VIVA SÃO FRANCISCO!

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