quinta-feira, 4 de outubro de 2012

SÃO FRANCISCO DE ASSIS, MEU SANTO PADROEIRO II

Um dos pontos marcante da festa, era o foguetório, que embora pobre, comparado com os de Santo Antonio na vizinha cidade de Marcelino Vieira, onde, tinha roda, telegrama e balões, encantava as crianças, com rojões, fogos de lágrimas e bateria de bombas.
Meu pai, sempre preocupado com o enorme estoque de algodão, nos depositos da usina, orientava e praticamente fiscalizava a soltura dos fogos, para o sentido contrário dos depósitos, para evitar um incêndio que certamente consumiria o quateirão todo.
Em uma bateria de bombas, colocada a frente da igreja, vi um terrível acidente com um amigo de infância, Assis, filho de um ferreiro da cidade. A bateria, concistia em um cordão pavio, amarrado em dois paus distantes, um do outro, como um varal de roupas, e penduradas várias e poderosas bombas,, a medida que o estopim queimava, iam caindo uma a uma  ao chão e estourando.
Assis, a exemplo de todos os meninos, estava a uma distância segura, e terminada a bateria correu para pegar uma das primeiras bombas que caíra, e que não havia estourado, quando de repente...bummmm. As víceras exposta, e quase todos os dedos da mão direita, e algumas falanges da esquerda arrancados, que saltava no chão, tal qual rabo de lagartixa, quando partido. Conduzido para Mossoró, obteve cura, e foi um dos amigos muitos ativos, que embora com dificuldade, usava até a baladeira, cujo gancho, prendia com os cotos dos dedos.
Nada era proibido, as crianças participavam de jogos de azar, argolas e tiro ao alvo, desde que tivesse dinheiro para tal.
Mas o parque, ah! o parque!... este sim, era o grande sucesso  da gurizada e jovens, a balançar nas canoas, cuja façanha, era encostar no pau central, carrossel mexico, que voava alto e rápido e os brinquedos mais lentos para os pequenos.
No mais, era encher a barriga de guloseimas: alfinins, em forma de bichinhos, suco de groselha, pirulito de tábua, algodão doce, pipoca, e manzapo, bolo de milho melado, feito com rapadura, coco e muitas especiárias, que nunca mais tive o prazer de comer, e que gostaria muito de encontrar a receita.
Compra brinquedos, como roi-roi, malabarista, avião, empurrado por uma vareta e feito de pinhão e para as meninas, móveis, feito de arame e linha de lã colorida.
No final dos anos 90, fui uma festa de São Francisco, que teve roda e telegrama, mas sem o glamour de antigamente.
VIVA! SÃO FRANCISCO DE HOJE! E MUITOS VIVAS PARA O MEU SÃO FRANCISCO, DOS TEMPOS DE CRIANÇA! VIVA, VIVA, VIVA!...

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