quarta-feira, 5 de setembro de 2012

OS MUITOS PADRES

Durante toda minha infância e pré adolescência, convivi com muitos padres, os párocos de Luiz Gomes, Pe. Caramuru, Miguel, Flávio, Vadécio Lopes (meu primo), Osvaldo ( ainda vive lá, com mais de 50 anos de permanência) e os das cidades vizinhas, Pe. José Aires figura muito alegre e cheio de brincadeira, pároco da cidade de São Miguel) e Pe. Caminha (Pau dos Ferros).
Com Valdécio tive uma convivência maior, passei algumas férias em sua casa em Luiz Gomes, e mais tarde, quando fui morar em Belo Horizonte, êle era o vigário da cidade Osanan (cidade criada por um famoso e rico médico, maçon, que construiu uma cidade fechada, dentro da própia cidade de BH para abrigar viuvas, tendo ainda um abrigo, escola e igreja.
A casa paroquial tinha ao lado um pé de jaboticaba, que eu comia até entupir.Gostava muito de Valdécio, que era chegado a uma cervejinha, e conforme o primo Augusto, de um carnaval em Santos, longe do olhar dos paroquinos.
Certa feita, ao voltar a BH, com um filho necessitando de tratamenmto oftalmológico, encontrei Valdécio, casado com uma colega professora da Universidade, muito feliz, passeamos muito, além de ter sido de uma presteza absoluta, obrigado, primo! Lamentei muito a sua morte...
Ficava admirado como os padres eram paparicados pelas beatas, que os enchia de guloseimas e presentes.
Alguns eram muito pios, outros severos em demasia e ainda tinha os liberais e até muitos liberais, gostando de uma cervejinha, fumar e até outras coisas, que fazem parte do universo masculino.
Quando fui estudar Pau dos Ferros, tornei-me amigo do meu querido professor de frances, então já cônego Caminha, que quando chegou na cidade, causou pavor, pois colocava para fora da igreja, todas as mulheres que tivesse vestido curto ou decotado, coisas que o vigário anterior fazia vista grossa.
Certa feita, foi celebrar na comunidade de Riacho de Santana e colocou várias mulheres para fora da igreja. Terminada a missa, saiu e encostou-se em frente a uma janela fechada, e dentro da casa, algumas mulheres que haviam sido expulsas do ofício da missa, terciam comentários sobre o mesmo, e uma disse: vocês viram como os olhos dêle são pequenos? aquilo é tão ruim que tem os olhos de peba! ao mesmo tempo em que abria janela e deparava-se com a figura do Pe. Caminha, e prontamente emendou " mas eu acho os olhos do peba, tão bonitinho"
Com o passar do tempo, tornou-se um grande boêmio, e para complementar tirou um prémio na loteria, aí a coisa pegou de vez, bebia, dançava e...
Morreu com idade muito avançada, e quando doente, pediu que colocasem a sua cama na sala, para que visse todos os passante, que êle chamava para conversar, estive algumas vêzes em visita. Engraçado, foi quando a minha falecida prima Gracinha, foi visita-lo, e êle pediu, chegue mais perto, quando ela aproximou-se, êle disse: '"deixa eu pegar no seu peito".
Apesar de tudo, era mestre em seu ofício, grande evangelizador e de uma humildade a toda prova. Quando era meu professor, colocou os meus colegas Luiz Bodé e Tadeu para fora de classe, e antes que terminasse a aula, saiu  a procura dos dois, ajoelhando-se aos seus pés em prantos e pedindo perdão.
Em outra ocasião, estáva-mos em grupo aproximado de dez, comandado pelo lider dos estudantes, Nonato Vaqueiro, que nunca estudou, mas era professor de cachaçada e safadezas, quando o padre nos chamou e disse, quero que ouçam isto: e colocou na vitrola portátil, que estava debaixo da sombra de uma trepadeira, um LP de Cauby, feito em nylon, quando uma réstia de sol incidiu sobre o mesmo, empenando na hora.
Como ficou inutilizado, êle perguntou, então o que acharam? Nonato respondeu em cima da bucha: " é tão ruim que empenou".
Fomos expulsos de sua calçada e depois procurados, um por um, para dar o perdão e amenizar a sua dor e arrependimento.
É que nos estáva-mos em outra, roberto Carlos e toda turma da jovem guarda!

































































































































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